sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Moto 1

Manera Fru Fru, Manera 1973, Raimundo Fagner.

Olhe-me
Veja-me
Não há novidade alguma nos meus olhos espantados

Olhe-me
Veja-me
Você que pensa que eu sou o fim do mundo

Eu preciso é disso mesmo
Que você diz que eu preciso
Eu preciso é disso mesmo
Que você diz que eu preciso

Uma cara mais alegre
E uma roupa colorida
Mais parecida com a vida
Que só muito amor consegue

Eu preciso... é disso mesmo
Que você diz que eu preciso
Eu preciso é disso mesmo
Que você diz que eu preciso

A moto macia e leve
Pra cruzar a geografia
Da minha melancolia
Porque a vida é mesmo breve

Eu preciso, preciso é disso mesmo
Que você diz que eu preciso
Eu... preciso é disso mesmo
Que você diz que eu preciso


Para nascidos durante ou após a famigerada década de 80, Raimundo Fagner só nos faz lembrar de "borbulhas de amor" ou qualquer breguice romântica do tipo. Aliás, lembranças assim temos aos montes, e faz-nos rir, é bom confessar. Na mesma baciada, vêm à memória "mordidas de amor" ou "fazer zun-zun na cama" entre tantas outras pérolas de Wando e colegas.

Justiça seja feita: Fagner passa a quilômetros de distância de ser só mais um rostinho entre aqueles. Não só pelo sotaque nordestino - para além da lambada. Mas também pelo sotaque, fazendo parte de uma dita "invasão nordestina", em que certamente não se incluem Beto Barbosa e Luís Caldas. Que também tiveram seu lugar, o qual não desmereço. Fagner, porém, se inclui entre Zé Ramalho e Belchior, e assim como este último, seu parceiro, aliás, tem seu primeiro sucesso gravado por Elis Regina. Assim como Milton Nascimento, diga-se de passagem, mas este é mineiro, com uma voz inacreditável de tão mais linda que todos outros juntos, exceto Elis. O assunto aqui não é nenhum dos dois, é a pérola Manera Fru Fru, Manera ou O Último Pau-de-Arara, de onde se pode ouvir Moto I.

Letra de primeiríssima, e álbum mais que recomendável, imperdível: do começo ao fim. Vale a pena ouvir também, da mesma época, o disco Ave Noturna. Nesse álbum, como no outro, tá lá o Fagner, tão irreconhecível quanto inconfundível. Detalhe: mais que a cabelera do Fagner, a capa é um clássico com o merchanzão de cigarros - "Hollywood, O Sucesso".

bem-vindos sejam.

*MAIS: Para os mais curiosos - o disco teve participação de Bruce Henri – contra-baixista de Nova Iorque, radicado no Brasil, que também andou tocando com Gilberto Gil, Naná Vasconcelos e Nara Leão.

*LINKS:

http://letras.terra.com.br/fagner/254892/

http://www.raimundofagner.com.br/

http://www.mediafire.com/?clbvlmdzimj

Um comentário:

  1. Ei, Carol. Bem-vinda ao mundo das letras perdidas na internet! Passarei sempre por aqui.

    PS: Poooooxa, Carol, 'Adocica' e 'Eu queria ser uma abelha pra posar na sua flor' são hits - se assim que elas se chamam mesmo. Rsrs...

    Beijos

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