Eu achava bacana que houvesse tantas vagas de trabalho, embora isso também me preocupasse - provavelmente seríamos lançados uns contra os outros de alguma maneira. A lei do mais forte. Sempre havia homens à procura de empregos na América, sempre essa oferta de corpos exploráveis. E eu queria ser um escritor. Quase todos eram escritores. Nem todos acreditavam que podiam ser dentistas ou mecânicos de automóvel, mas todos tinham a impressão de que podiam ser escritores. Daqueles cinquenta caras ali na sala, provavelmente quinze consideravam-se escritores. Quase todos usavam palavras e sabiam escrevê-las, isto é, quase todos podiam ser escritores. Mas a grande maioria dos homens, afortunadamente, não é composta de escritores, ou mesmo de taxistas, e alguns homens - muitos homens - , infelizmente, não são nada.
(Charles Bukowski)
Para meu infortúnio, a leitura do On the Road, Jack Kerouac, chegou às minhas vistas muito tardiamente. Ainda assim, o espírito do livro veio me incorporar, apesar de ter passado há tempos daquela época do deslumbre acadêmico libertário que esse livro tende a alcançar. Encarnada por esse espírito, e pelo cinismo de Natal, nesse dezembro de 2013 resolvi ler outro Kerouac, ainda que tantos já tenham me advertido que todos os outros livros do autor repetem o mesmo flow do On the Road. Besteira. Vagabundos Iluminados bem que tenta uma variação do mesmo, agregando um zen-budismo cachaceiro na coisa toda, que, no entanto, falha, engasga, e me deu sono.
Tudo isso pra dizer que Bukowski pode ser lido sem pudores, e com todos os pruridos dos 20 aos 115 anos. Sempre ali, pra te lembrar que a vida é bela, mas o seu belo rabo não é tão nobre assim.
quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
domingo, 4 de abril de 2010
Simone de Beauvoir (A Convidada)
Esses trinta anos não constituem apenas um passado, que arrastei todo esse tempo. Depositaram-se em volta de mim, dentro de mim, são o meu presente, o meu futuro, a substância de que sou feita. Nenhum heroísmo, nenhum absurdo poderão alterar esta situação. Evidentemente, tenho muito tempo, antes de morrer, para aprender russo, ler Dante, visitar Bruges e Constantinopla. Na minha vida poderão surgir, aqui e ali, incidentes imprevistos, novos talentos. Mas, com isso tudo, a vida será apenas esta e não outra, e nunca se distinguirá de si própria.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Massive Attack
Lá se vão doze anos... lembro-me bem desse clipe, mas nem era bem o som que eu ouvia. Anyways, pensar que dois anos depois já estaria eu com meu filhote preparando pra nascer. Letras esquecidas de um vídeo memorável. Sem mais comentários.
Teardrop
Love, love is a verb
Love is a doing word
Fearless on my breath
Gentle impulssion
Shakes me makes me lighter
Fearless on my breath
Teardrop on the fire
Fearless on my breath
Night, night of matter
Black flowers blossom
Fearless on my breath
Black flowers blossom
Fearless on my breath
Teardrop on the fire
Fearless on my breath
Water is my eye
Most faithfull mirror
Fearless on my breath
Teardrop on the fire of a confession
Fearless on my breath
Most faithfull mirror
Fearless on my breath
Teardrop on the fire
Fearless on my breath
You're stumbling a little
Teardrop
Love, love is a verb
Love is a doing word
Fearless on my breath
Gentle impulssion
Shakes me makes me lighter
Fearless on my breath
Teardrop on the fire
Fearless on my breath
Night, night of matter
Black flowers blossom
Fearless on my breath
Black flowers blossom
Fearless on my breath
Teardrop on the fire
Fearless on my breath
Water is my eye
Most faithfull mirror
Fearless on my breath
Teardrop on the fire of a confession
Fearless on my breath
Most faithfull mirror
Fearless on my breath
Teardrop on the fire
Fearless on my breath
You're stumbling a little
Marcadores:
http://www.youtube.com/watch?v=z_LedQCdhU0
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
DeeeLite
Good Beat
World Clique 1990
Depending on you see a thing
The ship is free, or is it sinking?
Depending on how you see it
You cage your mind, or you free it.
Depending on how you see the times
The world divides or it closely binds
But I just wanna hear a good beat
I jus wanna I jus wanna
But I just wanna hear a good beat
I jus wanna hear a good beat.
Oooahh
Depending on you see a thing
The ship is free, or is it sinking?
Depending on how you see it
The song is over or you keep it
Depending on how you see the times
We’re wasting time or in a moving line
But I just wanna hear a good beat
Oh oh oh a
I jus wanna hear a good beat
Just piano and bass
Everything will be alright
When you feel it tonight
Zu zu zu wah zu wah
I just wanna hear a good beat
Pra dizer que Lady Gaga pode um dia ser esquecível, quero lembrar de outra Lady, aquela que cantava Groove is in the Heart. Claro, dessa música você também não se esqueceu. Caso contrário, ainda não ouviu. Aliás, não dançou, melhor dizendo. Mas, quem sabe você tenha aí os seus vinte aninhos, ou pouco menos, então, eu te apresento Lady Kier, a ruiva do Deee Lite. Mas se você passou dos 20 há um tempo, a senhora ou o senhor deve se lembrar tanto, tanto, mas tanto daquele mega hit 4ever, que acaba deixando todo o resto pra lá, assim perdido numa pasta de música house da década de 90. Olha só, de fato, não tem nada mais assim, nem de longe, tão digno de nota. Agora, se você, como eu, começou a dançar nas matinês dos 90, pô vale a lembrança, já que esse é o álbum que abre a década, nesse sentido. E se você usava fraldas nessa época, vale a pena gastar seu muito precioso tempo conhecendo alguma coisa tipo assim mais orgânica, sabe… é, tô falando que nem tia mesmo.
Links:
http://www.megaupload.com/?d=XQLMW60O (senha zona-musical.com) World Clique-1990
http://www.youtube.com/watch?v=r3B-x2cuNEk Good Beat (live)
http://www.haktanir.org/deee-lite/index.html A Deee-Liteful Experience
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Moto 1
Manera Fru Fru, Manera 1973, Raimundo Fagner.
Olhe-me
Veja-me
Não há novidade alguma nos meus olhos espantados
Olhe-me
Veja-me
Você que pensa que eu sou o fim do mundo
Eu preciso é disso mesmo
Que você diz que eu preciso
Eu preciso é disso mesmo
Que você diz que eu preciso
Uma cara mais alegre
E uma roupa colorida
Mais parecida com a vida
Que só muito amor consegue
Eu preciso... é disso mesmo
Que você diz que eu preciso
Eu preciso é disso mesmo
Que você diz que eu preciso
A moto macia e leve
Pra cruzar a geografia
Da minha melancolia
Porque a vida é mesmo breve
Eu preciso, preciso é disso mesmo
Que você diz que eu preciso
Eu... preciso é disso mesmo
Que você diz que eu preciso
Para nascidos durante ou após a famigerada década de 80, Raimundo Fagner só nos faz lembrar de "borbulhas de amor" ou qualquer breguice romântica do tipo. Aliás, lembranças assim temos aos montes, e faz-nos rir, é bom confessar. Na mesma baciada, vêm à memória "mordidas de amor" ou "fazer zun-zun na cama" entre tantas outras pérolas de Wando e colegas.
Justiça seja feita: Fagner passa a quilômetros de distância de ser só mais um rostinho entre aqueles. Não só pelo sotaque nordestino - para além da lambada. Mas também pelo sotaque, fazendo parte de uma dita "invasão nordestina", em que certamente não se incluem Beto Barbosa e Luís Caldas. Que também tiveram seu lugar, o qual não desmereço. Fagner, porém, se inclui entre Zé Ramalho e Belchior, e assim como este último, seu parceiro, aliás, tem seu primeiro sucesso gravado por Elis Regina. Assim como Milton Nascimento, diga-se de passagem, mas este é mineiro, com uma voz inacreditável de tão mais linda que todos outros juntos, exceto Elis. O assunto aqui não é nenhum dos dois, é a pérola Manera Fru Fru, Manera ou O Último Pau-de-Arara, de onde se pode ouvir Moto I.
Letra de primeiríssima, e álbum mais que recomendável, imperdível: do começo ao fim. Vale a pena ouvir também, da mesma época, o disco Ave Noturna. Nesse álbum, como no outro, tá lá o Fagner, tão irreconhecível quanto inconfundível. Detalhe: mais que a cabelera do Fagner, a capa é um clássico com o merchanzão de cigarros - "Hollywood, O Sucesso".
bem-vindos sejam.
*MAIS: Para os mais curiosos - o disco teve participação de Bruce Henri – contra-baixista de Nova Iorque, radicado no Brasil, que também andou tocando com Gilberto Gil, Naná Vasconcelos e Nara Leão.
*LINKS:
http://letras.terra.com.br/fagner/254892/
http://www.raimundofagner.com.br/
http://www.mediafire.com/?clbvlmdzimj
Olhe-me
Veja-me
Não há novidade alguma nos meus olhos espantados
Olhe-me
Veja-me
Você que pensa que eu sou o fim do mundo
Eu preciso é disso mesmo
Que você diz que eu preciso
Eu preciso é disso mesmo
Que você diz que eu preciso
Uma cara mais alegre
E uma roupa colorida
Mais parecida com a vida
Que só muito amor consegue
Eu preciso... é disso mesmo
Que você diz que eu preciso
Eu preciso é disso mesmo
Que você diz que eu preciso
A moto macia e leve
Pra cruzar a geografia
Da minha melancolia
Porque a vida é mesmo breve
Eu preciso, preciso é disso mesmo
Que você diz que eu preciso
Eu... preciso é disso mesmo
Que você diz que eu preciso
Para nascidos durante ou após a famigerada década de 80, Raimundo Fagner só nos faz lembrar de "borbulhas de amor" ou qualquer breguice romântica do tipo. Aliás, lembranças assim temos aos montes, e faz-nos rir, é bom confessar. Na mesma baciada, vêm à memória "mordidas de amor" ou "fazer zun-zun na cama" entre tantas outras pérolas de Wando e colegas.
Justiça seja feita: Fagner passa a quilômetros de distância de ser só mais um rostinho entre aqueles. Não só pelo sotaque nordestino - para além da lambada. Mas também pelo sotaque, fazendo parte de uma dita "invasão nordestina", em que certamente não se incluem Beto Barbosa e Luís Caldas. Que também tiveram seu lugar, o qual não desmereço. Fagner, porém, se inclui entre Zé Ramalho e Belchior, e assim como este último, seu parceiro, aliás, tem seu primeiro sucesso gravado por Elis Regina. Assim como Milton Nascimento, diga-se de passagem, mas este é mineiro, com uma voz inacreditável de tão mais linda que todos outros juntos, exceto Elis. O assunto aqui não é nenhum dos dois, é a pérola Manera Fru Fru, Manera ou O Último Pau-de-Arara, de onde se pode ouvir Moto I.
Letra de primeiríssima, e álbum mais que recomendável, imperdível: do começo ao fim. Vale a pena ouvir também, da mesma época, o disco Ave Noturna. Nesse álbum, como no outro, tá lá o Fagner, tão irreconhecível quanto inconfundível. Detalhe: mais que a cabelera do Fagner, a capa é um clássico com o merchanzão de cigarros - "Hollywood, O Sucesso".
bem-vindos sejam.
*MAIS: Para os mais curiosos - o disco teve participação de Bruce Henri – contra-baixista de Nova Iorque, radicado no Brasil, que também andou tocando com Gilberto Gil, Naná Vasconcelos e Nara Leão.
*LINKS:
http://letras.terra.com.br/fagner/254892/
http://www.raimundofagner.com.br/
http://www.mediafire.com/?clbvlmdzimj
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